Daniel Bovolento

Escrevo sobre os relacionamentos que tenho, os que não tenho, os que quero ter, os que não são meus, os que nunca aconteceram. Escrevo.

Vai por mim: não é cruel quando o outro é parasita da gente. Cruel seria magoar quem esteve ali pela gente.

Mas olha, eu faria do meu escuro um lugar bonito pra você me visitar. Limpo tudo e deixo as coisas boas em cima dos móveis e um porta-retrato de nós dois.

Amor foi aquele cartão borrado e cheio dos meus garranchos que te dei quando não tinha flores. {Foi amor}

Você podia ter vivido sem o coração apertado com ela, rapaz. Mas vai que vocês se esbarram noutro dia, por acaso ou poesia, e decidem se encontrar? (Da esperança.)

Na verdade, não acredita em nada disso e só vive por aí porque não sabe desistir. Mas tenta. Sempre tentou. (Pra sentir alguma coisa.)

E você é a casca da ferida recente. Que nunca cicatriza porque você resolve abrir de vez em sempre.

Em terra de indireta, quem não veste a carapuça é rei.

Mané achar alguém pra vida inteira. Eu quero alguém pra dividir um cobertor, umas situações engraçadas, um café e cinema de vez em quando.

Portos seguros, geralmente, não têm a mesma graça que uma boa tempestade.