Jorge Luis Borges

A vida é pobre demais para não ser também imortal.

A velha mão segue traçando versos para o esquecimento.

Só se devem ler livros escritos há mais de cem anos.

A memória é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações.

Por vezes à noite há um rosto Que nos olha do fundo de um espelho E a arte deve ser como esse espelho Que nos mostra o nosso próprio rosto.

O tempo não existe. É apenas uma convenção.

Para a tarefa do artista, a cegueira não é totalmente negativa, já que pode ser um instrumento.

Nunca releio o que escrevo. Prefiro viver em função do futuro.

Publicamos para não passar a vida a corrigir rascunhos. Quer dizer, a gente publica um livro para livrar-se dele.

Sob o alpendre o espelho copia somente a lua.