Ana Martins Marques

Entre tantas coisas numa separação é também uma língua que se extingue

Fruteira Quem se lembrou de pôr sobre a mesa essas doces evidências da morte?

Açucareiro De amargo basta o amor Agridoce, ela disse Mas a mim pareceu amargo

E o que é o amor senão a pressa da presa em prender-se? A pressa da presa em perder-se

Teu nome espaço meu nome espera teu nome astúcias meu nome agulhas teu nome nau meu nome noite teu nome ninguém meu nome também

Teatro Certa noite você me disse que eu não tinha coração Nessa noite aberta como uma estranha flor expus a todos meu coração que não tenho

Nos cacos do espelho quebrado você se multiplica há um de você em cada canto repetido em cada caco Por que quebrá- -lo seria azar?

Nem sabíamos que já eramos felizes como pensávamos que seriamos - trecho do poema Aparador