Gil Vicente

Mais vale um asno que me carregue do que um cavalo que me derrube!

Não se embarca tirania neste batel divinal

Ele não vai à lavrada, ele todo o dia come, ele toda a noite dorme, ele não faz nunca nada, e sempre me diz que há fome!

Sempre é morto quem do arado há-de viver.

Nós somos vida das gentes, e morte de nossas vidas; a tiranos pacientes que a unhas e a dentes nos têm as almas roídas.

Não cureis de vos matar, que ainda estais em idade de crecer. Tempo há i pera folgar e caminhar... Vivei à vossa vontade, e havei prazer.

Foges-me, sabendo certo que passo perigo marinho, e sem ti vou tão deserto que, quando cuido que acerto, vou mais fora de caminho.

— Está é a experiencia. Dinato, escreve isto bem. — Que escreverei, companheiro? — Que Ninguém busca consciência, e Todo Mundo busca dinheiro