E, num piscar de olhos, seis fuzis disparam, o meu tão rápido quanto qualquer outro, e o meu amigo está estendido no chão, imóvel. A sua guerra acabou. A minha está prestes a começar.
São apenas alguns minutos de prazer em troca de quem sabe quanta hostilidade da parte dele; pois não importa. Pelos menos nesses minutos, posso acreditar que já não estamos em guerra.
A contemporaneidade se especializa no tipo de batalha no qual ninguém perde nada de valor, exceto, como se poderia argumentar, suas vidas.
Só as armas não bastam para guardar a paz. Ela deve ser protegida pelos homens. A mera ausência de guerra não é paz.
Nós estamos em guerra. Uma guerra de saúde pública. Não estamos enfrentando um exército nem outro país, mas o inimigo está à espreita e avançando. E isso requer a mobilização de todos.
A política é uma guerra sem derramamento de sangue, e a guerra uma política com derramamento de sangue.