Passei na sua rua e vi o seu nome no muro Não sei se eu escrevo o meu do lado ou se eu rasuro Prometo que se o chão cair de novo eu te seguro
– É o caçula? – É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincado de mágico quando de repente avisou, vou voar!
Havia uma palavra no escuro. Minúscula. Ignorada. Martelava no escuro. Martelava no chão da água. Do fundo do tempo, martelava. contra o muro. Uma palavra. No escuro. Que me chamava.
Se o sofá estiver rasgado, cubra-o com risadas! Limpe os cantos da casa e a casa inteira parecerá limpa! Se você quer ser notada, escreva seu nome em algum muro!
Realidade não me impressiona. Eu só acredito em intoxicação, em êxtase, e quando vida ordinária me algemar, eu escapo, de uma maneira ou de outra. Nenhum muro mais.
Amanhã me vestirão com cinzas à alba, me encherão a boca de flores. Aprenderei a dormir na memória de um muro, na respiração de um animal que sonha.