Para os aduladores não há rico tolo nem pobre discreto, porque têm óculos de vista larga com que se representam as coisas.
Constatamos que o mundo está dividido em duas partes: de um lado a liberdade para aqueles que têm tudo, do outro a privação de tudo para aqueles que não têm nada.
Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.
As pessoas pobres não deveriam precisar provar o quanto merecem ter um teto sobre as suas cabeças e alimentar os seus filhos.
Eu preferia estar sobre a terra calado e trabalhando para um homem de poucas posses a ser senhor de todos os mortos inertes.
O pobre prefere um copo de vinho a um pão, porque o estômago da miséria necessita mais de ilusões que de alimento.
Tem-se visto e vêem-se homens que na pobreza são ricos, na perseguição joviais e no desprezo estimados, porém, poucos se contam na boa fortuna ponderados.
As bombas podem matar os famintos, os doentes, os ignorantes, mas não podem matar a fome, as doenças, a ignorância.
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos. Perdidos pelas noites invernosas. Abertos sonham mãos cariciosas. Tuas mãos doces, plenas de carinhos.
Os que de uma situação desafogada caem num estado de penúria que lhes é estranho, esses, sofrem mais cruelmente do que quem foi sempre miserável.