A frouxidão no amor é uma ofensa, Ofensa que se eleva a grau supremo; Paixão requer paixão, fervor e extremo.
Se amor vive além da morte. Constância eterna hei-de ter; Se amor dura só na vida, Hei-de amar-te até morrer.
Quase tudo que é raro, estranho, ilustre, da vaidade procede. Nas paixões a razão nos desampara. A frouxidão no amor é uma ofensa. Quem é muito amado, não é muito amante.
Morrer é pouco, é fácil; mas ter vida Delirando de amor, sem fruto ardendo, É padecer mil mortes, mil infernos.
Só tu, meu bem, me arrebatas A vontade, o pensamento; Vivo de ver-te e de amar-te, E detesto o fingimento.