A literatura não é um concurso de popularidade, é uma caminhada ao redor de um enorme buraco que traga tudo, e que tragará a mim também, cedo ou tarde.
A literatura não só nos dá acesso especial à verdade, mas tem sua própria verdade, uma que opera sob uma lógica distorcida e sinuosa.
A ficção é uma das maneiras pelas quais o ser humano dá sentido ao mundo. É uma camada, um bálsamo que espalhamos sobre as coisas, sobre cada uma das coisas, para lhes dar forma humana.
Alguns livros devem ser degustados, outros são devorados, apenas poucos são mastigados e digeridos totalmente.
Eu acho que ela se alimenta de letras. Toda a casa dela está atulhada de livros. Ela os prefere à companhia de seres humanos.
As histórias nunca acabam... mesmo que os livros gostem de fingir que sim. As histórias sempre continuam. Elas não terminam na última página, tanto quanto não começam na primeira página.
Qual de nós nunca sentiu que a personagem que está lendo na página impressa é mais real do que a pessoa que está do nosso lado?
Sempre demorava alguns instantes até que ele voltasse inteiramente do outro mundo, do labirinto das letras.
Poeta não é somente o que escreve. É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima à autenticidade de um verso.
A literatura é isso. São as pessoas que se foram antes de nós, escrevendo mensagens do passado, do além, tentando nos ensinar sobre a vida e a morte! Escute-os!
Quando eu morder a palavra, por favor, não me apressem, quero mascar, rasgar entre os dentes, a pele, os ossos, o tutano do verbo, para assim versejar o âmago das coisas.