Entre muitas outras coisas, tu eras para mim uma janela através da qual podia ver as ruas. Sozinho não o podia fazer.
A similaridade entre mim e aquela folha chegava a assustar: solitária, sem destino, impossibilitada de um pouso tranquilo e feliz.
Aos dezessete anos, eu comecei a passar fome Eu pensei que o amor era uma espécie de vazio E, pelo menos, eu entendi então a fome que senti E eu não tive que chamá-la de solidão
Agora vem você de novo Você diz que quer sua liberdade Bem, quem sou eu para te impedir Está certo, você deve jogar do jeito que tem vontade Mas ouça com atenção o som Da sua solidão
A falta de liberdade não consiste jamais em estar segregado, e sim em estar em promiscuidade, pois o suplício inenarrável é não se poder estar sozinho.
É necessário saber ficar sozinho, em silêncio, mergulhado em si. É fundamental estar satisfeito com a própria companhia.
Uma lágrima ingênua escorre pelo seu rosto. Para um momento no queixo, indecisa. Então, empurrada pela dor, dá um pulo no vazio.
As luzes da cidade são débeis. Quando você não está de bom humor tudo parece diferente, assume outras atmosferas. Cores, luzes e sombras, um surriso que não aflora, que não adere.
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos. Perdidos pelas noites invernosas. Abertos sonham mãos cariciosas. Tuas mãos doces, plenas de carinhos.
O momento mais solitário da vida de alguém é quando você assiste seu mundo inteiro desmoronar e tudo o que você pode fazer é olhar para o nada.
Esse é o sentimento que tenho buscado minha vida inteira, desde sempre. Pois, de repente, o mundo ficou quieto. E me senti segura em minha própria cabeça.