Os poetas reclamam que a ciência retira a beleza das estrelas. Mas eu posso vê-las de noite no deserto, e senti-las. Vejo menos ou mais?
O coração ingrato assemelha-se ao deserto que sorve com avidez a água do céu e não produz coisa alguma.
Éramos donos do que víamos: até onde o olhar alcançava, era tudo nosso. E tínhamos um deserto inteiro para olhar.
Num deserto sem água Numa noite sem lua Num país sem nome Ou numa terra nua Por maior que seja o desespero Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.
Cultivar o deserto como um pomar às avessas: então, nada mais destila; evapora; onde foi maçã resta uma fome onde foi palavra (potros ou touros contidos) resta a severa forma do vazio