É disso que se trata a escrita. Ser capaz de expressar a dor. Mesmo que tenha vergonha. É por isso que escrever de verdade é arriscado. Arriscamos não sair ilesos dessa experiência.
Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre.
... na brutalidade com que a voz se atira contra as paredes abrindo fendas em toda a extensão das veias e dos tendões (...) fechamos os olhos sabendo que este é o maior engano da eternidade
Eu quero chorar agora, não depois! Quero ser o primeiro porque se chorar depois dos outros, como vão saber que eu também chorei?
Ele está tão ocupado olhando para dentro das pessoas e procurando o bem que não vê a faca que estão segurando nas mãos.
Nunca pensamos que tudo o que tínhamos pudesse desaparecer tão rapidamente. Mas num piscar de olhos, tudo se foi.
Não há uma fatalidade exterior. Mas existe uma fatalidade interior: há sempre um minuto em que nos descobrimos vulneráveis; então, os erros atraem-nos como uma vertigem.
Eu nunca levei uma cantada na minha vida, nem sei como reagir direito! Sou uma garota tímida, modesta e recatada! Este mundo é demais pro meu coraçãozinho!
Devemos amar com todo nosso coração, mesmo que não haja garantias. Isso não nos torna vulneráveis, nos torna vivos.
E talvez isto fosse amor. Ser tão vulnerável e permitir que alguém chegasse tão perto a ponto de machucar você, mas também a ponto de poder lhe dar tudo.