Escrevi milhares de versos para esquecer. Amei algumas mulheres para lembrar. Agora já posso dizer o som em carne viva.
Não fazemos uma foto apenas com uma câmera; ao ato de fotografar trazemos todos os livros que lemos, os filmes que vimos, a música que ouvimos, as pessoas que amamos.
Onde estão os olhos da minha infância, aqueles olhos medrosos que ela tinha há trinta anos, os olhos que me fizeram?
Viajar faz isso: cria um espaço que permite que pensamentos e memórias se intrometam e se afirmem impunemente. Cheiros e visões, a qualidade da luz, o toque de uma buzina...
Há vários momentos inesquecíveis ao longo de nossas vidas. Não. Para ser mais precisa, existem vários nós temporais pausados.
Comprei uma câmera. Tenho a sensação estranha de ela que pode mudar toda a minha vida. Olho pelas lentes e meu mundo simplesmente desaparece.
Minha mãe me falou de um ditado na Itália: “Il primo amore non si scorda mai.” Você jamais esquece seu primeiro amor.
aonde todas as memórias vão, aquelas que escondemos à chave & tranca mas estão a nos moldar do mesmo jeito?
O que as grandes e puras afeições têm de bom é que depois da felicidade de as ter sentido, resta ainda a felicidade de recordá-las.