Pomba, só porque uma pessoa morreu não quer dizer que a gente tem que deixar de gostar dela... Principalmente se era mil vezes melhor do que as pessoas que a gente conhece e que estão vivas e tudo.
Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro e tenho inteligência apenas nas minhas lembranças.
Eu lembro de tudo a seu respeito. É que você nunca prestou atenção. (Peeta Mellark em Jogos Vorazes)
Estou a divagar, mas eis a falha: os mortos são visíveis apenas através do terrível olho vigilante da memória. Os vivos, graças aos céus, mantém a capacidade de surpreender e decepcionar.
A sua memória é um monstro; você esquece, ela não. Ela é invocada pela sua própria vontade. Você acha que tem uma memória, mas é ela que te tem.
A memória é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações.
Quando se conta aquilo que nos impressionou profundamente, o coração é que fala; quando se exprime aquilo que outros sentiram ou podem sentir, fala a memória ou a imaginação.
Mantemos um registro um do outro. Só posso imaginar que ele mantenha. Parece que ele se lembra de todas as minhas transgressões.