Eu tenho muita esperança que eles [meus livros] sejam vistos como fonte de um depoimento e pensamento de uma época.
Às vezes, queremos nos afastar de tudo. Para esquecer, para fingir que nunca aconteceu. Mas a memória permanece dentro de nós, como uma coisa viva, que respira.
Acredite, os livros são como papeis pega-moscas. Não existe nada melhor para grudar lembranças do que páginas impressas.
Mas uma coisa sei: qualquer evento nos marca e nos transforma só na repetição ou, melhor dito, num segundo momento, em que ele é evocado, retomado, revivido.
Afinal, as lembranças eram criaturas fantásticas - elas se erguiam com o mais leve sopro de alimento.
...tive o primeiro sonho de que me lembro e que, por assim dizer, me ocupou durante toda a vida. Eu tinha então três ou quatro anos.
Mas aprendi algo com tudo o que aconteceu: ainda que a memória falhe, o coração jamais esquece, e ninguém nunca poderá me tirar isso.