Reflito sobre a tênue e frágil linha que nos separa da desventura, quase como uma forma de agradecer por não ter passado por isso, como uma proteção que evitasse que o mesmo acontecesse comigo.
Na verdade, estou com medo Não reconheço meu reflexo no espelho A pobre verdade por trás dessa máscara Mas eu nunca escapo
Arrependimentos não têm sentido. Não adianta chorar pelo leite derramado. Tudo o que você pode fazer é voltar a encher o copo lentamente.
Eu costumava sentir falta da pessoa que eu poderia ter sido. Não sinto mais. Porque é o dia do juízo final e uma chamada à oração.
Todo mundo tem um analista que não custa nada: o próprio travesseiro. Ele é analista para pensar nas coisas, botar a vida em dia e fazer análise sem freios nem orgulhos.
O perigo do passado era que os homens se tornassem escravos. O perigo do futuro é que os homens se tornem autómatos.
Às vezes, sinto que sou muito jovem para ter vivido a vida que vivi. Às vezes, eu olho em volta e penso: eu não pertenço aqui.
Quem sabe se o que nós fizemos até agora é, simplesmente, supervalorizar a sensatez que, com frequência, é simples mediocridade?
Minha cabeça é um labirinto escuro. Às vezes, há relâmpagos que iluminam alguns corredores. Eu nunca termino de saber por que faço certas coisas.
Eu penso na finitude, porque está perto. Tenho menos tempo adiante do que aquele que já passou. E isso não é uma festa. Na hora de ir, eu vou ter pena. Eu gosto muito da vida, o que eu vou fazer?
A gente tende a cultivar os defeitos à medida que os anos passam, mas também a lançar olhares diferentes ao mundo;