Em tempos, os homens entregavam o pensamento às máquinas, na esperança de que isso os libertasse. Mas só permitiu que outros homens com máquinas os escravizassem.
Tenho medo de dizer que eles estão errados e que eu estou certa. Quem sou eu além de uma escrava? Como posso explicar que sou a única livre, e que são eles os cativos?
Como me sinto feliz por não ter de ser feliz como tanto o desejava no passado! De que selvática tirania afinal não me acabou por libertar o enfraquecimento do corpo?!
O perigo do passado era que os homens se tornassem escravos. O perigo do futuro é que os homens se tornem autómatos.
A liberdade é boa. É melhor que a escravidão. O perdão é bom. É melhor do que a vingança. E esperar pelo desconhecido é bom. É melhor do que odiar o conhecido.
A gente é criada para ser assim, mas temos que mudar. Precisamos ser criadas para a liberdade. O mundo é grande demais para não sermos quem a gente é.
A Igreja diz: o corpo é uma culpa. A Ciência diz: o corpo é uma máquina. A publicidade diz: o corpo é um negócio. E o corpo diz: eu sou uma festa.